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Arte e Cultura

'O Bem-Amado' estreia no Globoplay: 1ª novela em cores no país foi sátira ao Brasil do regime militar


Adaptação de Dias Gomes teve palavras censuradas e foi primeira a ser vendida para o exterior. Elenco tem Paulo Gracindo, Lima Duarte, Zilka Sallaberry e Emiliano Queiroz. 'O Bem-Amado': Paulo Gracindo como Odorico Paraguaçu

Diulgação/Globo

A clássica "O Bem-Amado" estreia nesta segunda (15) no Globoplay. Exibida originalmente na Globo em 1973, a novela é uma adaptação de Dias Gomes de sua peça "Odorico, O Bem-Amado e Os Mistérios do Amor e da Morte" (1962).

Para ajudar a entrar no clima, o G1 publica curiosidades sobre a novela, com dados do Memória Globo (leia mais ao fim da reportagem).

'O bem-amado' tem trilha sonora antológica de Toquinho & Vinicius

A história criticava o Brasil do regime militar, satirizando o cotidiano de uma cidade fictícia e os chamados coronéis – políticos e fazendeiros que exerciam autoridade sobre a população local.

Webdoc novela - O Bem-amado (1973)

Candidato a prefeito de Sucupira, o corrupto Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) é adorado pela maior parte da população. Como não há um cemitério na cidade, ele se elege com o slogan “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”.

Mas não morre ninguém para que a obra seja inaugurada. O prefeito resolve permitir o retorno do matador Zeca Diabo (Lima Duarte) à cidade, com a esperança de que ele mate alguém. Mas Zeca Diabo volta a Sucupira disposto a nunca mais matar e virar um homem correto.

O Bem-Amado: Discursos e neologismos de Odorico

Odorico também enfrenta opositores a sua administração corrupta, como Donana (Zilka Sallaberry), delegada em exercício na cidade depois que seu marido, o delegado Joca Medrado (Ferreira Leite), ficou paraplégico; o médico Juarez Leão (Jardel Filho), o jornalista Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella) e o dentista Lulu Gouveia (Lutero Luiz).

Cores e censura

"O Bem-amado" foi a primeira novela em cores transmitida no Brasil. A novidade gerou alguns problemas técnicos: algumas cenas precisaram ser repetidas várias vezes, as pernas brancas de Ida Gomes saturavam no vídeo e precisaram de maquiagem, e Emiliano Queiroz deixou de usar seus próprios óculos porque o reflexo das lentes “rasgava” a imagem.

A novela também foi alvo de censura, com a proibição da palavra “coronel” em julho de1973. Os militares achavam que Dias Gomes se referia a um coronel militar, mas ela fazia alusão aos “coronéis” do sertão da Bahia. A direção da novela foi obrigada a cortar a palavra de vários capítulos.

A censura também implicou com as palavras “capitão”, “ódio” e “vingança”, obrigando a equipe de produção a apagar o áudio de vários capítulos já gravados.

A música de abertura original era "Paiol de Pólvora", de Toquinho e Vinicius, mas foi proibida pela censura devido ao verso “Estamos sentados em um paiol de pólvora”. Foi substituída por O "Bem-Amado", interpretada pelo coral da Som Livre.

Curiosidades

Prêmios internacionais: Paulo Gracindo recebeu o prêmio especial do Primer Festival de La Telenovela en México. A novela também venceu como Melhor Direção (Régis Cardoso), Melhor Adaptação (Dias Gomes), Melhor Música (Toquinho e Vinicius de Moraes) e Melhor realização de exteriores. Também recebeu o Troféu Imprensa na categoria Melhor Novela.

Primeira novela da Globo no exterior: Foi a primeira obra da emissora a ser exportada. Até então, apenas textos eram comercializados. Em março de 1976, foi ao ar pela TV Monte Carlo, de Montevidéu, o primeiro capítulo de "El Bien Amado". Depois, foi vendida para 30 países.

Globo Internacional: Novela O Bem-Amado em espanhol

Zeca Diabo: Lima Duarte havia sido contratado pela Globo em 1972 para dirigir "O Bofe". A novela não teve o retorno esperado, e o ator já estava no fim do seu contrato quando foi escalado para fazer um pequeno papel em "O Bem-Amado". O personagem, que tinha importância modesta na peça original de Dias Gomes, acabou crescendo e permaneceu até o final.

Sandra Bréa estreou nas telenovelas em "O Bem-Amado", como Telma, filha de Odorico.

O escândalo político Watergate, ocorrido nos Estados Unidos no ano anterior, inspirou o “Sucupiragate”: Odorico é acusado de espionagem por mandar instalar um microfone no confessionário da igreja para descobrir os segredos de seus inimigos.

Além da novela e de um seriado, exibidos pela Globo, a trama chegou aos cinemas em 2010, com direção de Guel Arraes e Marco Nanini no papel de Odorico Paraguaçu. E, em 2011, ganhou a versão de minissérie na Globo.

A trilha sonora tinha 11 canções de Toquinho e Vinicius de Moraes compostas especialmente para a novela.

Veja fotos

'O Bem-Amado': Lima Duarte e Paulo Gracindo

Divulgação/Globo

'O Bem-Amado': Ida Gomes, Dirce Migliaccio, Dorinha Duval e Emiliano Queiroz

Divulgação//Globo

'O Bem-Amado': Zilka Salaberry, Augusto Olímpio, Angelito Mello e Tereza Cristina

Divulgação/Globo

Paulo Gracindo em 'O Bem-amado'

Divulgação/Globo

'O Bem-Amado': Lutero Luiz, Sandra Bréa

Divulgação/Globo

'O Bem-Amado': Ruth de Souza e Milton Gonçalves

Divulgação/Globo

'O Bem-Amado': Gracindo Júnior e Marta Anderson

Divulgação/Globo

'O Bem-Amado': Jorge Botelho e Dilma Lóes

Divulgação/Globo

Paulo Gracindo em 'O Bem-Amado'

Divulgação/Globo

'O Bem-Amado': João Paulo Adour, Sandra Bréa e Rogério Fróes

Divulgação/Globo

'O Bem-Amado': João Carlos Barroso, Lima Duarte e Guiomar Gonçalves

Divulgaçã/Globo

G1

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