Morte de Izael Caldeira cala voz reverente às tradições do grupo Demônios da Garoa

Por Redação Achado Top em 17/02/2021 às 09:18:10

Adoniran veio ao mundo em Valinhos (SP). Izael era natural de Araçatuba (SP), município do interior do estado de São Paulo. Contudo, ambos – compositor e intérprete – fizeram nome a partir das vivências em Sampa.

Desde 1999, Izael Caldeira era integrante do conjunto Demônios da Garoa em união desfeita somente na noite de segunda-feira, 15 de fevereiro, com a morte do artista em São Paulo, aos 79 anos, vítima de covid-19. No grupo, Izael tocava timba – instrumento de percussão – e, claro, cantava, pois a marca do longevo conjunto é sobretudo vocal.

Formado em 1943 no bairro paulistano da Mooca, no rastro do sucesso de grupos vocais como Anjos do Inferno, o grupo Demônios da Garoa se tornou a mais perfeita tradução do samba de Sampa, sobretudo pela associação eterna com o cancioneiro de Adorniran Barbosa, mas também pela harmonia das vozes.

Nunca houve espaço para vocalistas sobressalentes no Demônios da Garoa. A força do grupo sempre residiu na interação harmoniosa das vozes do conjunto, para o qual Izael Caldeira contribuiu nos últimos 20 anos.

Os Demônios da Garoa são relevantes na história do samba paulista inclusive por terem posto na roda o tom italianado da fala dos paulistanos criados na Mooca e adjacências. Somado ao inovador “quais quais quais quais quais quais” cantado pelo grupo na introdução de sambas como Trem das onze (1964), o linguajar popular do conjunto pavimentou o caminho de sucesso seguido pelo grupo, sobretudo nos anos 1950, década do apogeu artístico dos Demônios da Garoa.

Com reverência a esse legado, Izael Caldeira soube respeitar as tradições do conjunto de atuais 78 anos, se tornando membro legítimo da dinastia dos Demônios da Garoa.

Fonte: G1

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