"Depois a louca sou eu" é um filme sobre a escritora Tati Bernardi, é um pouquinho sobre a Débora Falabella também e poderia ser sobre qualquer pessoa entre os vinte e muitos e os trinta e poucos.O longa inspirado no livro homônimo da Tati estreia nesta quinta (25) nos cinemas e coloca toda uma geração nas telonas: "a geração Rivotril", como resume a diretora Júlia Rezende. Ele acompanha Dani (Débora Falabella), uma publicitária aspirante a escritora que sofre de ansiedade e crises de pânico. É uma comédia dramática sobre jovens cansados, sobrecarregados, com muitas aspirações e pouca ideia de como equilibrar todos os pratinhos da vida rodando, sem deixar cair.Para criar essa história que oscila entre realidade, surtos e imaginação, a diretora teve duas grandes inspirações: "Réquiem para um sonho", de Darren Aronofsky, e o diretor francês Michel Gondry ("Brilho eterno de uma mente sem lembranças").A protagonista do filme foi construída com base no roteiro, claro, mas também em experiências da própria atriz, que já teve ansiedade e depressão. "As questões que eu já tive, as questões que amigos próximos já tiveram, eu acho que isso acontece com muita gente que às vezes não tem coragem de dizer. E como eu sabia de muitas histórias, tudo serviu um pouco de inspiração", conta. "Eu sofro de ansiedade, já passei por alguns episódios e acho que quem não está ansioso no nosso país está alienado."Assista ao trailer do filme "Depois a Louca Sou Eu" com Débora FalabellaO filme mostra a infância, a adolescência, os empregos, as paixões e o amor da personagem. Falabella também gravou entre amores. Quem interpreta o par romântico dela é Gustavo Vaz, que foi namorado da atriz até ano passado. E a mãe dela (com quem a personagem tem uma relação importante) é interpretada por Yara de Novaes, integrante da mesma companhia de teatro de Débora.Gustavo Vaz e Débora Falabella em 'Depois a louca sou eu'Divulgação/Stella de CarvalhoTambém estão no elenco Duda Batista, Rômulo Arantes Neto, Evandro Mesquita, Cristina Pereira, Debora Lamm e Beatriz Oblasser. O filme é feminino: baseado na obra de uma autora, protagonizado, dirigido e produzido por mulheres. Mais da metade da equipe envolvida em todo o processo é formada por mulheres, celebra Falabella. "Isso é sensacional. Quando eu comecei a fazer cinema, o set de filmagem era mais masculino. Eu tenho visto essa mudança. Em 'Aruanas', temos uma equipe mais de 50% feminina também. Acho que já tinha passado da hora de isso acontecer."A escolha de Débora para interpretar a personagem principal foi vontade da própria Tati. Elas haviam se encontrado em um teatro de São Paulo pouco tempo depois do lançamento do livro em 2016, e a atriz disse que queria muito fazer a personagem caso tivesse um filme. Débora Falabella estrela 'Depois a louca sou eu'DivulgaçãoQuando Rezende comprou os direitos de adaptação do livro, a escritora lembrou da conversa. A história da personagem não acaba no filme. Durante a quarentena e com o lançamento adiado em 10 meses, elas aproveitaram a discussão geral sobre saúde mental para lançar a websérie "Diário de uma quarentena". Agora, elas querem continuar a história em uma série de TV, como sequência do filme. Os atores, a equipe e a produtora já toparam, só precisam alinhar o caminho.Mais de 70 locações Débora Falabella em cena de 'Depois a louca sou eu'Divulgação/Desirée do ValleO livro da Tati conta alguns causos de sua vida e muitas paranoias e pensamentos. Colocar cada um deles em cena exigiu muito trabalho de produção e direção, ultrapassagem dos limites de tempo e orçamento."Foram 77 trocas de roupa. A cada flash da cabeça dela, que durava menos de 10 segundos, era uma locação e uma produção diferentes. A cena com ela vestida de noiva vomitando, por exemplo, dura 4 segundos, mas precisamos abrir um set, colocar figurino, fazer a pós-produção do vômito. O mais caro no cinema é o tempo. Tive até que fazer uma justificativa para a Ancine", desabafa a produtora Mariza Leão. VÍDEOS: Semana Pop explica tudo sobre cinema
G1