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Governador do MT pressionou Agência Nacional de Águas por hidrelétricas no Pantanal


No dia 10 de maio, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, chamou de “lamentável” a lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso que proibiu a construção de hidrelétricas no rio Cuiabá, um dos principais rios do Pantanal. 

“Isso é uma coisa técnica, e acho lamentável a Assembleia Legislativa ter feito esse tipo de lei a toque de caixa. Tem muito deputado querendo ganhar voto nesta eleição. Isso tem que ser feito com estudo técnico e não podia ter feito assim”, afirmou, após o Projeto de Lei (PL) 957/2019 ter sido aprovado. Dois meses depois, em 4 de julho, Mendes vetou o texto.

Mauro Mendes pressiona por hidrelétricas no Pantanal

Essa não foi a primeira vez que o governador se mostrou favorável a empreendimentos na bacia hidrográfica que compõe o Pantanal, maior planície alagável do mundo. Documentos obtidos pela Agência Pública mostram que, ao longo de seu mandato, Mendes pressionou entidades, órgãos públicos e políticos para flexibilizar leis que poderiam viabilizar a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas, as PCHs, na região. A pressão foi liderada pela empresa Maturati Participações S.A., que planeja construir seis PCHs no rio, com apoio de Mendes, do senador Carlos Fávaro (PSD) e do suplente de deputado federal Valtenir Pereira (MDB). Além dos negócios da Maturati, da flexibilização da lei depende a construção de uma PCH que pertence ao filho de Mendes, Luiz Antônio Taveira Mendes, e a parentes do ex-secretário da Casa Civil do estado Mauro Carvalho.

Considerado um dos biomas mais sensíveis do Brasil, o Pantanal depende de rios que nascem em planaltos e serras, na bacia do alto Paraguai, e sofreu muito com queimadas nos últimos anos. Segundo dados do MapBiomas Água, a região perdeu 74% da superfície de água desde 1985, e cientistas denunciam que existem poucos estudos sobre os efeitos de várias usinas em um espaço tão frágil. 

Pantanal vem sofrendo com a degradação ambiental nos últimos anos

Mauro e Maturati

Toda a preocupação de Mauro Mendes e da Maturati Participações em acelerar a construção de hidrelétricas na bacia do Pantanal foi evidenciada em um documento protocolado pela própria Maturati em julho de 2020 no Ministério de Minas e Energia.

A carta apresenta a linha do tempo de todas as ações tomadas em parceria com Mendes e outros políticos para liberar as hidrelétricas na região — a Maturati é o principal alvo da lei aprovada na Assembleia e vetada pelo governador. “Inobstante acreditarmos no novo governo do Presidente Bolsonaro, e no seu discurso em prol dos benefícios das PCHs para o Brasil, mesmo assim, estamos vivenciando as mesmas burocracias dos governos anteriores”, reclama o presidente da Maturati, o empresário Fernando Luiz Vilela, no documento. 

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