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Longa dirigido e roteirizado por Aaron Sorkin tem seis indicações ao Oscar 2021 e explica julgamento de manifestantes contrários à Guerra do Vietnã em 1968. Assista ao trailer de "Os 7 de Chicago""Os 7 de Chicago" tem tudo o que um filme bem cotado no Oscar geralmente tem: elenco estrelado, história real, patriotismo e temas atuais (racismo, violência policial, polarização, enfrentar as diferenças por uma causa maior).O maior trunfo, porém, seria o roteirista e cineasta Aaron Sorkin, já lembrado pela Academia outras três vezes (duas indicações e uma vitória, por "A Rede Social"). Mas o fato de Sorkin ter sido preterido na categoria de Melhor Diretor não é uma injustiça. "Os 7 de Chicago" conta bem e de forma direta a história que se propõe contar, mas peca pela falta de ritmo. As seis indicações ao Oscar 2021, incluindo Melhor Filme e Roteiro Original, são sinal de que a safra atual de grandes filmes foi prejudicada pela pandemia. Um longa que patina tanto para encontrar o tom correto não seria tão celebrado em um ano normal.Que julgamento é este?Cena de 'Os 7 de Chicago'DivulgaçãoA trama mostra o julgamento de manifestantes contrários à Guerra do Vietnã depois de um protesto terminar em violência na Convenção Nacional Democrata de 1968, em Chicago. Líderes de movimentos sociais são detidos nessas manifestações.O grupo heterogêneo rende cenas com pegada de sitcom, com interações pouco ou nada convincentes. Entre os réus, estão:Os universitários mauricinhos Tom Hayden (Eddie Redmayne, sempre afetado) e Rennie Davis (Alex Sharp);Os hippies baderneiros Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen, indicado ao Oscar de coadjuvante) e Jerry Rubin (Jeremy Strong, caricaturalmente perfeito);David Dellinger (John Carroll Lynch), um pacifista caipira de meia-idade;Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II), um dos líderes dos Panteras Negras.O estilo SorkinSacha Baron Cohen e Jeremy Strong em 'Os 7 de Chicago'DivulgaçãoTudo o que Sorkin cria é deliciosamente verborrágico e didático, como em "Steve Jobs" (2015) ou na série "West Wing". Mas, desta vez, a falta de ritmo faz com que essas características prejudiquem o filme.As idas e vindas do tribunal para as ruas são desleixadas e até os recursos para costurar toda a história são aquém de trabalhos anteriores de Sorkin, como "A Grande Jogada" (2017), boa estreia dele na direção.Um stand-up de Hoffman explica o contexto político do julgamento e há de se lamentar a falta de profundidade no antagonista liberal com boas intenções vivido por Joseph Gordon-Levitt.As piadas fora de hora funcionam e a indignação gerada pelo julgamento às vezes parece resumida à figura sisuda e sem noção do juiz Julius Hoffman (Frank Langella).Como aula de história, tudo bem, "Os 7 de Chicago" é simples e direto. Como filme, ser simples e direto não é o bastante para um projeto com tanta gente talentosa.Semana Pop explica temas do cinema