Jair Bolsonaro (PL) não vai mais ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2023, mas isso está longe de significar a morte do bolsonarismo. Além de diversos governadores e senadores, o futuro ex-presidente ajudou seu partido a eleger a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 99 parlamentares, e alavancou a candidatura de dezenas de bolsonaristas alocados em outras legendas, como o Tenente Coronel Zucco, do Republicanos do RS. Juntos, esses políticos ligados à extrema-direita receberam milhões de reais em doações para financiar suas campanhas.
A Agência Pública selecionou 30 deputados federais bolsonaristas eleitos pelo PL, vários deles os mais votados dos respectivos estados, e mapeou quem foram os principais doadores do grupo. A bancada analisada, profundamente alinhada com as pautas mais caras ao atual presidente, inclui o filho 03, Eduardo Bolsonaro, e aliadas de primeira hora, como Carla Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF); ex-ministros, como Eduardo Pazuello (RJ) e Ricardo Salles (SP); nomes fortes nas redes sociais e que despontaram nacionalmente nessa eleição, como Nikolas Ferreira (MG), Gustavo Gayer (GO) e André Fernandes (CE); e nove deputados eleitos que compuseram a “Frente Lealdade Acima de Tudo”, entre outros nomes ligados a Bolsonaro. Vários deles têm questionado os resultados eleitorais e incentivado as manifestações golpistas que seguem nas ruas ao redor do país.
Ao todo, as 30 candidaturas mapeadas pelo levantamento receberam pouco mais de R$ 8 milhões doados diretamente por pessoas físicas. O montante representa cerca de 25% do total arrecadado pelas campanhas. Outros R$ 21,2 milhões vieram dos fundos Especial e Eleitoral, enquanto cerca de R$ 2,5 milhões foram arrecadados pelos partidos por meio de doadores e direcionados para os candidatos.
Quase todo o valor distribuído via legendas partidárias partiu do Diretório Nacional do PL de Valdemar Costa Neto. O campeão de recursos do partido foi Filipe Barros (PR), que se elegeu na onda bolsonarista em 2018 e recebeu R$ 2,7 milhões nessa eleição, em que foi reeleito. Ele é seguido pela atual vice-governadora de Santa Catarina e deputada eleita, Daniela Reinehr, que recebeu R$ 2,5 milhões e pelas reeleitas Carla Zambelli e Bia Kicis, que receberam R$ 2 milhões cada. Filho do presidente, Eduardo Bolsonaro foi somente o 14º que mais recebeu recursos do PL, com “apenas” R$ 805 mil.
Considerando as pessoas físicas que doaram diretamente para candidatos, 36 destinaram valores a partir de R$ 50 mil. Quando se inclui todas as doações de valores a partir de R$ 10 mil, foram 155 os doadores que colaboraram com a eleição da tropa de choque bolsonarista que estará na Câmara dos Deputados a partir de 2023.
Salim Mattar, da Localiza, doou para quatro deputados da tropa de choque
A pessoa física que investiu em mais candidatos alinhados ao bolsonarismo foi o empresário José Salim Mattar Júnior, ex-secretário especial de Desestatização do governo Bolsonaro e fundador da Localiza, gigante do segmento de aluguel de carros. Apoiador de longa data do futuro ex-presidente, ele contemplou quatro dos candidatos mapeados pela Pública nessa eleição, em um total de R$ 400 mil. Foram R$ 250 mil para o ex-ministro e agora deputado federal em SP Ricardo Salles, e R$ 50 mil cada para três candidatos eleitos em 2018 na esteira do bolsonarismo e que conseguiram um novo mandato: o policial federal gaúcho Ubiratan Sanderson, a advogada catarinense Caroline De Toni, e o empresário Luiz Philippe de Orleans e Bragança, descendente de D. Pedro II e reeleito por São Paulo.
Há anos, Salim Mattar vem se destacando como financiador de grupos liberais e conservadores no Brasil, sendo fundador de organizações como o Instituto Liberal e o Instituto Millenium. Amigo do ministro da Economia, Paulo Guedes, desde os anos 1990, ele ocupou o cargo de secretário de Desestatização entre janeiro de 2019 e agosto de 2020. O raio privatizador de Bolsonaro, porém, não conseguiu fazer avançar os projetos dentro da pasta, tecendo críticas ao governo ao se demitir da vaga. A passagem pelo governo federal rendeu ao empresário um pedido de investigação por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou suspeitas de vazamento de informações privilegiadas durante um processo de privatização.
Com uma fortuna que já foi estimada na casa de R$ 1,8 bilhão pela revista Forbes, o dono da Localiza foi o quarto maior doador das eleições nacionais pela segunda vez consecutiva. Em 2022, ele desembolsou mais de R$ 6,1 milhões para um total de 35 candidatos, boa parte deles do Partido Novo. O valor é mais que o dobro do que ele destinou em 2018, quando doou R$ 2,9 milhões.
O principal beneficiado foi o próprio Jair Bolsonaro, que recebeu R$ 1,8 milhão, seguido do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que recebeu R$ 800 mil. Dois outros ex-ministros de Bolsonaro receberam doações de Salim Mattar: Onyx Lorenzoni (PL-RS), que perdeu o 2º turno na disputa para governador, recebeu R$ 200 mil, enquanto Sergio Moro (União Brasil/PR), eleito senador, recebeu R$ 100 mil. Nas eleições municipais de 2020, Salim e seu irmão e sócio, Eugênio Mattar, também figuraram entre os maiores doadores. Eugênio também se destacou em outra lista em 2020: a de pessoa física que mais recebeu verbas públicas.
Em nota, a Localiza informou que Mattar “desligou-se da companhia no final de 2018 quando renunciou ao cargo de Presidente do Conselho de Administração para ocupar uma posição no Governo Federal”. Já o empresário, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou as doações, criticou o uso de dinheiro público no financiamento de campanhas eleitorais e destacou que suas doações foram direcionadas a candidatos alinhados com as ideais liberais que defende. Em relação à investigação do TCU, o empresário afirmou que a representação foi feita “com base exclusivamente em uma matéria da revista Carta Capital, não constando nos autos qualquer outro documento ou prova sobre os fatos alegados”, destacou que não era mais o secretário quando da ocorrência dos fatos investigados e disse que o processo já foi arquivado pelo TCU. A íntegra das respostas de Mattar podem ser lidas aqui.
Campanha de Salles recebeu R$ 1,8 milhão de industriais e empresários da cana-de-açúcar
No ranking de candidatos da tropa de choque bolsonarista campeões de arrecadação, um dos nomes que se destaca é Ricardo Salles, que angariou cerca de R$ 1,8 milhão de pessoas físicas. Foram 13 doadores que destinaram valores a partir de R$ 50 mil para a campanha vitoriosa do ex-ministro do meio ambiente, que se demitiu do cargo em meio a investigações da Polícia Federal por favorecimento de madeireiras.
Além de Salim Mattar, da Localiza, a lista de doadores de Salles é puxada pelo herdeiro e sócio do Grupo Votorantim Marcos Hermírio de Moraes, que destinou R$ 250 mil para o político. Moraes foi ele próprio candidato nesta eleição, tentando chegar ao Senado como 2º suplente na chapa do ex-governador Marconi Perillo (PSDG-GO), que não se elegeu. O herdeiro da Votorantim se destacou como candidato mais rico deste pleito, ao declarar mais de R$ 1,2 bilhão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele doou R$ 3,3 milhões para oito candidatos nessa eleição. O empresário Rafael de Moraes Vicintin, igualmente ligado ao grupo familiar que comanda a Votorantim, também doou para Salles, destinando R$ 50 mil.
Os outros maiores doadores do ex-ministro são, em sua maioria, ligados ao setor sucroalcooleiro, muitos deles defensores de narrativas ‘sustentáveis’ em seus negócios, como explorado em reportagem da Repórter Brasil. A lista inclui o presidente dos conselhos de administração do Grupo São Martinho e da Unica (Associação Brasileira da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcelo Campos Ometto, que também é 3º vice-presidente da Fiesp e o presidente da Cia. Melhoramentos Norte do Paraná, Gastão de Souza Mesquita, cujo filho é ligado ao movimento Endireita Brasil. Cada um deles doou R$ 100 mil.
Entre os demais grandes doadores da campanha de Salles, quem se destaca é o empresário Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan, que destinou R$ 50 mil para o ex-ministro. A empresa, que já figurou na Lista Suja do Trabalho Escravo por conta de uma terceirizada, também está envolvida em suspeitas de grilagem no Matopiba.
Ometto foi, pela terceira eleição consecutiva, o maior doador do pleito. Segundo dados disponíveis no DivulgaCand, ele destinou R$ 7,4 milhões para 22 candidatos e quatro diretórios partidários, contemplando inclusive políticos de PL e PT. Além de Salles, outros ex-ministros de Bolsonaro foram contemplados pelo empresário, que doou para Tereza Cristina, Tarcísio Gomes de Freitas e Onyx Lorenzoni. Apesar do apoio a bolsonaristas, Ometto foi recentemente ofendido por um apoiador do futuro ex-presidente, durante evento nos EUA.
Procurada, a Cosan não quis comentar. Ricardo Salles e a Votorantim não deram retorno aos contatos feitos por e-mail pela reportagem até a publicação.
Membro da bancada ruralista, José Medeiros arrecada milhões do agronegócio
Empatado com Salles no topo dos que mais arrecadaram, está o atual vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, José Medeiros, reeleito no Mato Grosso. Policial rodoviário federal e ex-senador, Medeiros contou majoritariamente com o apoio de nomes do agronegócio no estado. Ligado à Aprosoja/MT e um dos principais expoentes da bancada ruralista, ele é um dos parlamentares que compôs a Frente Lealdade Acima de Tudo, grupo que se filiou ao PL em março, prometendo fidelidade ao presidente. A conta do parlamentar no Twitter encontra-se retida por conta de publicações incentivando contestações à vitória de Lula.
O maior doador foi o produtor rural Odílio Balbinotti Filho, presidente do Grupo Atto, que destinou a bagatela de R$ 500 mil para a campanha de Medeiros, a maior doação individual dentre todos os candidatos analisados e uma das dez maiores para deputados federais este ano. Filho de um ex-deputado federal que quase foi ministro da Agricultura de Lula, Balbinotti Filho também doou R$ 600 mil para a campanha de Jair Bolsonaro. Ele chegou a ser cotado como candidato a governador do Mato Grosso nessa eleição, incentivado pelo próprio José Medeiros.
Bablinotti não foi o único do Grupo Atto a colaborar com Medeiros: a diretora de marketing da empresa, Mariangela Duarte Soares Albuquerque, também contribuiu com R$ 60 mil para a campanha. No 7º de setembro, os funcionários da empresa utilizaram camisetas verde e amarelas e ouviram o hino nacional em celebração ao bicentenário da Independência.
A segunda maior doação recebida pelo membro da bancada ruralista veio de Hugo de Carvalho Ribeiro, que é cunhado de Blairo Maggi e um dos principais nomes da Amaggi, gigante do agronegócio. O empresário, que já teve a fortuna estimada em R$ 7,1 bilhões pela Forbes, doou R$ 300 mil para Medeiros, além de ter sido o 3º maior doador de Bolsonaro, com uma aporte de R$ 1,2 milhão. A Amaggi e a família já estiveram envolvidas em denúncias de crimes socioambientais em mais de uma oportunidade, incluindo casos de desmatamento e compra de madeira ilegal.
De outro “ramo” da família Maggi, veio a terceira maior doação recebida por Medeiros: Carolina Mognon Scheffer, casada com Elizeu Maggi Scheffer, cedeu R$ 200 mil para o candidato bolsonarista. Elizeu Scheffer é primo de Blairo Maggi e fundador do Grupo Scheffer, também ligado a crimes socioambientais. Esse ano, Carolina Scheffer ganhou manchete após ir a uma festa com uma ‘blackface’, fantasiada de ‘nega maluca’.
Nem Amaggi e nem Scheffer responderam aos questionamentos enviados por e-mail até a publicação.
Candidatos recebem apoio de familiares e usam recursos próprios
Quinze dos candidatos mapeados pela Pública investiram na própria campanha, totalizando cerca de R$ 530 mil reais. A lista é puxada por Marcos Pollon, fundador da Associação Nacional Movimento Pró Armas (Proarmas) e deputado eleito por Mato Grosso do Sul, que investiu R$ 244,8 mil em si próprio, e pelo Cabo Gilberto, eleito na Paraíba, que destinou R$ 68 mil à própria campanha. José Medeiros e o empresário e influencer bolsonarista Gustavo Gayer, eleito por Goiás, destinaram cerca de R$ 40 mil cada.
Além das doações a si mesmo, vários familiares de candidatos da tropa de choque bolsonarista colaboraram financeiramente com as ambições eleitorais dos parentes. Quem mais contou com a benevolência familiar foi o “príncipe” Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Reeleito deputado federal por São Paulo, ele angariou cerca de R$ 410 mil para esta campanha. Desse montante, R$ 275 mil foram doados por familiares, todos do lado materno – que não é a parcela da “família real”. Luiz Philippe recebeu R$ 150 mil de sua mãe, Ana Maria Barbara, além de R$ 20 mil de cada um dos tios Luiz de Moraes Barros Filho e Sergio Luiz de Moraes Barros. Três primos do deputado bolsonarista destinaram, somados, R$ 85 mil para o candidato reeleito.
Além da família, Luiz Philippe recebeu R$ 50 mil de Salim Mattar, dono da Localiza, e outros R$ 50 mil de Jorge Feffer, neto do fundador da Suzano Papel e Celulose e ligado à Suzano Holding. A relação do empresário com os principais eleitos do bolsonarismo não se restringe a Luiz Philippe: a empresa da família de Feffer teria sido beneficiada por Ricardo Salles em acusação de fraude ambiental enfrentada pelo ex-ministro. Além disso, o empresário foi doador de Carla Zambelli em 2018 e é mecenas de longa data da “nova direita” brasileira.
Procurada pela reportagem, a Suzano destacou que “doações realizadas por colaboradores, executivos, ou pessoas ligadas à Suzano, são frutos de iniciativas pessoais, previstas em lei, e completamente dissociadas dos temas da empresa”. Em relação ao caso envolvendo Ricardo Salles, afirmou que “já foi devidamente arquivado por unanimidade pelo Ministério Público de São Paulo com o reconhecimento da inexistência de qualquer ato ilícito por parte da Suzano”. A íntegra pode ser lida aqui.
O deputado federal pelo Paraná Filipe Barros, que arrecadou pouco mais de R$ 307 mil de pessoas físicas, teve como principal doador o advogado Wesley Toledo Ribeiro, que é seu pai e destinou quase R$ 47 mil para a campanha. Também na região sul, a deputada federal catarinense Caroline De Toni recebeu R$ 40 mil do irmão Marcelo Eduardo Rodrigues de Toni, terceiro maior doador de sua campanha. Além dele e de Salim Mattar, ela também recebeu R$ 75 mil do empresário Adalberto Bueno Netto, do setor imobiliário. Ela arrecadou R$ 469 mil de pessoas físicas, sendo a terceira que mais recebeu doações no levantamento feito pela Pública.
Já Gustavo Gayer contou também com o apoio do irmão Frederico Gayer, condenado por homícidio, que destinou R$ 9,2 mil para a campanha, e de outros três parentes: Ethienne Gayer (R$ 1.064), Renato Gayer (R$ 1000) e Fabrício Gayer (R$ 1000). Ele arrecadou R$ 120 mil de pessoas físicas, a maior parte de pequenos doadores. A conta do deputado eleito também está retida no Twitter por conta de apoio a atos antidemocráticos.
Empresários, investidores e um procurador entre os mecenas da tropa bolsonarista
Deputado federal com a maior votação do país em 2022, o mineiro Nikolas Ferreira teve dois principais doadores: Ronosalto Pereira Neves, sócio de uma distribuidora em Minas Gerais, que doou R$ 100 mil; e Carlos Bartolomeu, também sócio de distribuidora mineira, que destinou R$ 60 mil para o bolsonarista. A primeira doação foi alvo de representação de deputada estadual do Psol junto ao TSE, já que Pereira Neves já foi ouvido no âmbito de operação da Polícia Federal. Bartolomeu, por sua vez, ganhou manchetes após defender ‘tirar funcionários de esquerda’ em evento junto ao candidato a vice de Bolsonaro, o general Braga Netto. A distribuidora do empresário não retornou o contato da Pública. Nikolas arrecadou R$ 280 mil de pessoas físicas.
Já o ex-diretor geral da Abin e deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro, o policial federal Alexandre Ramagem arrecadou R$ 278 mil, sendo R$ 33 mil em recursos próprios. Próximo a Eduardo Bolsonaro, ele teve como principal mecenas o gestor de investimentos na Mira Capital, Bruno Freitas Miranda, que doou R$ 195 mil. O outro doador de Ramagem foi o empresário Mauro Henrique Ferrer de Castro, da distribuidora Prime Interway, que doou R$ 50 mil.
Reeleito no Rio Grande do Sul, o deputado Ubiratan Sanderson foi o quarto bolsonarista da lista analisada pela Pública que mais conseguiu doações de pessoas físicas, arrecadando R$ 414 mil. Boa parte do montante foi doado por pessoas ligadas ao Grupo Stara, que é liderado pelo vice-prefeito de Não-Me-Toque (RS), Gilson Lari Trennepohl (DEM), também dono do Grupo Ceres de Comunicação. Ele doou R$ 50 mil para Sanderson, além de R$ 350 mil para Bolsonaro. O policial federal também recebeu R$ 35 mil de Fernando Stapelbroek Trennepohl, que toca a divisão agrícola da Stara, e R$ 8 mil de Márcia Stapelbroek. Após circular comunicado afirmando que a Stara reduziria a produção em caso de vitória de Lula, a empresa sofreu sanção da Justiça do Trabalho. A Stara não respondeu ao contato da reportagem até a publicação.
Deputados da tropa de choque bolsonarista também receberam doações de empresários que apostaram em candidatos de partidos de diferentes espectros ideológicos. O procurador do Distrito Federal Edvaldo Nilo de Almeida, por exemplo, foi o único doador pessoa física de Hélio Lopes, cedendo R$ 64 mil para o deputado carioca reeleito. Nomeado por Bolsonaro para o Conselho de Ética Pública da Presidência em março desse ano, o sócio da Nilo & Almeida Advogados Associados desembolsou mais de R$ 1 milhão nessas eleições, contemplando 19 candidatos de legendas diversas como PT, PDT, PP e PL.
Já o empresário cearense Beto Studart, que distribuiu R$ 1,7 milhão nessa eleição, foi o maior doador do influencer bolsonarista André Fernandes (CE), que em 2023 vai trocar a Assembleia Legislativa pela Câmara dos Deputados, sendo o mais votado do estado nas duas eleições. Studart doou R$ 60 mil para Fernandes, R$ 10 mil a mais do que destinou para a campanha presidencial de Bolsonaro, de quem é eleitor declarado – com direito a vídeo com faca personalizada do ‘mito’. O maior beneficiado pelo dono da BSPAR, porém, foi o senador eleito Camilo Santana, do PT-CE. André Fernandes arrecadou R$ 175 mil de pessoas físicas.
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