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Já as cópias restantes da tiragem original de 1961 – estimada em meros mil exemplares – sempre foram comercializadas a peso de ouro. Pela importância documental, é um dos discos mais caros do mercado fonográfico brasileiro.Editado pela gravadora Columbia com capa que estampou a mesma foto exposta na capa de disco lançado há então 15 anos pelo organista norte-americano Ken Griffin (1909 – 1956), To each his own (1946), o álbum Louco por você de fato destoa da discografia autoral iniciada por Roberto em 1963. Trata-se de disco esquizofrênico, com repertório que atira para todos os lados, ecoando o Roberto imitador da bossa de João Gilberto (1931 – 2019) – estratégia tentada pelo cantor iniciante em 1959, ano em que gravou o primeiro single – entre bolero, rock e calipso. Um coquetel pretensamente juvenil que passou despercebido, mantendo o cantor no anonimato. Com 12 músicas, o disco foi gravado por Roberto com a orquestra regida pelo trombonista e maestro carioca Astor Silva (1922 – 1968). O repertório incluiu composições creditadas a Carlos Imperial (1935 – 1992) – produtor e marqueteiro responsável por lançar Roberto Carlos no mundo da música – e versão em português da balada jazzística Cry me a river (Arthur Hamilton, 1953), intitulada Chore por mim e escrita por Júlio Nabib. Em essência, Louco por você é mesmo álbum indigno de figurar na discografia de Roberto Carlos, embora faça parte da história do artista. Em 2021, aos 60 anos, Louco por você soa tão irrelevante como em 1961.
G1