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Arte e Cultura

Leonardo Bittencourt cita morte de pais de amigos em Manaus: 'Não poder ajudar emocionalmente foi complicado'


Nascido na capital de Amazonas, ator de 26 anos falou ao G1 sobre o período de medo em relação ao colapso no sistema de saúde na região. Leonardo Bittencourt

Reprodução/Instagram

Medo e desespero foram palavras usadas por Leonardo Bittencourt para definir seu sentimento em relação ao colapso do sistema de saúde amazonense.

Sobrecarregados devido às internações por Covid-19, os hospitais ficaram sem oxigênios para pacientes. Médicos transportando cilindros nos próprios carros para levar ao hospital e familiares tentando comprar o insumo foram algumas das cenas registradas pelo G1 nesta quinta (14). Doentes começaram a ser levados para outros estados. Cemitérios estão lotados e instalaram câmaras frigoríficas.

Nascido em Manaus, o ator de 26 anos -- estrela de "Malhação: Vidas Brasileiras" e do filme "A menina que matou os pais" -- conta que muitas pessoas próximas a ele estão com a doença atualmente (casos leves) e que, dois amigos perderam os pais na última semana.

"Na minha família, não teve ninguém [com a doença]. Mas tenho dois amigos que perderam pai essa semana. Foi uma semana bem difícil. Nós crescemos juntos, muito próximos. Lidar com tantas coisas delicadas e extremas de uma vez só... foi uma semana bem difícil", contou o ator em entrevista ao G1.

Leonardo está atualmente em São Paulo, onde grava uma série para o Netflix. Ele deve seguir na capital paulista até março, quando finaliza as gravações, mas passou as festas de final de ano ao lado da mãe, em Manaus.

Antes, esteve ao longo de toda a quarentena no Rio de Janeiro. "Saia só uma vez por semana para ir ao mercado. E aqui em São Paulo, fazemos testes duas vezes por semana por causa das gravações".

Distante dos amigos manauaras, ele fala sobre seu sentimento no momento diante do colapso.

"O que mais me bateu foi não poder ajudar aqueles que perderam alguém próximo. Sou um cara muito ligado aos amigos. Não poder ajudar emocionalmente foi bem complicado."

"E o segundo medo é o de não saber o que vai acontecer. E se algo acontecer, a quem recorrer."

Ele também falou sobre o desespero de familiares e amigos por não terem ideia de onde serão atendidos, em caso de necessidade.

"Mesmo quem tem condições de pagar um plano de saúde, não tem mais espaço nos hospitais. Na primeira onda, as pessoas desconheciam a doença, o que fez com que os hospitais ficassem lotados. Agora as pessoas até conhecem um pouco mais, mas não tem um hospital de campanha para abrigar essas pessoas."

"O que me passam é que os hospitais mais populares, hoje, parecem hospital de guerra. Muitas macas nos corredores, condições insalubres. E a angústia vai daí, você não sabe quem é o próximo."

Assim como muitos artistas, Leonardo se uniu a campanha de arrecadação em prol dos pacientes de Manaus.

"Fiquei feliz com a mobilização. Uma ajuda que, infelizmente, precisou partir do povo e não do governo."

5 pontos sobre a Covid-19 no Amazonas

G1

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