Numa pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), consta que o Brasil é o 14º no ranking mundial de desempregados. A taxa de desemprego no ano passado foi de 13,5%, a maior desde 2012. Essa situação se deu, devido à pandemia do Novo Coronavírus, onde uma crise econômica se instaurou no país. Tendo em vista toda essa situação, entre garantir o sustento da família e morrer de fome, muita gente começou a empreender por necessidade. Em alguns casos, ter o próprio negócio era um sonho futuro que precisa ser realizado às pressas.
Devido ao número grande de desemprego e todos os percalços econômicos que toda a nação tem enfrentado, os novos empreendimentos surgiram como solução para tais problemas. Segundo o Indicador de Nascimento de Empresas do Serasa Experian, em 2020, 3.391.931 novas organizações foram abertas no país. Em comparação com 2019, o índice de aumento foi de 8,7%.
O grupo, Filhas de Farani, surgiu dentro do contexto pandêmico. Pensando em uma maneira de ajudar mulheres a gerar a própria renda, ou até mesmo contribuir com as despesas da casa, há 1 ano, Ana Karoline Andrade fundou o Filhas de Farani, para gerar troca de experiências, motivar e ensinar novas formas de empreender e inovar para esse público, em um momento de recomeço também em sua carreira profissional.
A empresária conta que literalmente foi a pioneira dessa história. “Tudo começou comigo, aqui na cidade de Altamira, no Pará, após aceitar um desafio online e criar um grupo com apenas cinco amigas em um aplicativo de conversa. Agora, apenas um ano após, já temos embaixadoras em diferentes estados como Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e outras regiões”.
Com 1 ano de existência, o grupo já possui 56 embaixadoras espalhadas pelo Brasil e mundo, como; Portugal, Estados Unidos, Noruega e no Continente Africano. Além disso, elas também têm uma comunidade no Telegram e conta com 1200 integrantes. Ademais, a audiência nas redes sociais tem crescido cada dia mais. “Diversas mulheres têm buscado apoio e conteúdo relevante para os seus negócios, isso é gratificante, pois mostra que nosso esforço não é em vão e graças a ele, conseguimos ajudar muitas empreendedoras a se reinventarem em meio à crise”, explica.
Uma ajudando a outra
O dia a dia dessas mulheres é como de milhares espalhadas pelo planeta. Entretanto, o que as diferencia de outros é a sororidade que existe entre elas. No Filhas de Farani, de fato é uma ajudando a outra. Caroline Cardoso é embaixadora do grupo em Dores de Indaiá (região Centro-Oeste de Minas Gerais) e responsável pelo E-commerce Atacado Plus Size, de acordo com o seu depoimento, através do Filhas de Farani, a sua visão para o mundo dos negócios tem se ampliado. “Depois de entrar no grupo, despertou o interesse em alguns outros assuntos do universo do empreendedorismo que antes eu não dava tanta importância quanto hoje. Como por exemplo: importância de networking”, relata.
Ela elucida que poder ajudar outras mulheres a se reinventarem profissionalmente é mais que uma realização de trabalho, mas sim, pessoal. Conforme ela diz, “sempre fui dotada de um grande desejo de ajudar o próximo, mas isso se restringia a doações para pessoas em situação de extrema carência, ainda não tinha me visto doando algo para pessoas que em algumas vezes até tinham mais do que eu. Poder aplicar meu conhecimento sabendo que ele agrega na vida de empresárias muitas das vezes consolidadas, mas que estão passando por certas dificuldades específicas em seus negócios, é uma experiência única e sem dúvidas gratificante”.
Ruana Coutinho também é uma das embaixadoras que aproveita o conhecimento que construiu ao longo da carreira para encorajar as outras participantes. Empreendedora do setor de alimentação, mãe e digital influencer, ela fala sobre a sua participação no grupo: “fui convidada para participar do projeto Filhas de Farani pela fundadora que ficou encantada com o trabalho que desenvolvo em minhas mídias sociais sobre empreendedorismo”. Hoje, são um total de 85 mulheres empreendedoras, cada qual com sua linha temática de trabalho contribuindo para o crescimento mútuo entre ambas.
Para aquelas mulheres que ainda não deram aquele passo de coragem para empreender, a redatora do Filhas de Farani, Viviane Nogueira, deixa o recado: “que estamos em constante desenvolvimento todo mundo já sabe, aprender uma nova habilidade pode melhorar muito a maneira como você se sente a respeito de si mesmo, além de impulsionar seu sucesso no futuro. A aprendizagem também proporciona um propósito, estimula as habilidades pessoais e profissionais e aumenta suas perspectivas de, no futuro, conseguir um emprego. Quer esteja aprendendo novas habilidades para alcançar um objetivo específico ou para o crescimento pessoal, o processo de se informar é incrivelmente gratificante”.
“Agora é hora de treinar essas habilidades, o aprimoramento não acontece sem prática, trabalhe com afinco e de a cara a tapa para treinar suas habilidades. Essa é a hora! O frio na barriga e o medo podem tomar conta, enfrente esse medo! Busque oportunidades para colocar suas novas habilidades em prática, pois, como dizem por aí, a prática leva à perfeição”, perfaz a embaixadora.
Fonte: Ana Karoline Andrade, gestora na área alimentícia, empreendedora e fundadora do Grupo Filhas de Farani. (@filhasdefarani).